Episódio 5


554 a 630 d.C - Nascimento de um "sítio ou lugar"

Herança Bizantina - (2.ªPARTE)


Episódio 5




INTRODUÇÃO

(#) A civilização Romana floresceu aqui do século II antes de Cristo até meados do século V depois de Jesus num total de (600 anos) de história de romanização, até à divisão do Império Romano pelo último imperador, este entrega a parte Ocidental para um de seus filhos e a parte Oriental para um outro. Com essa divisão, criaram-se muitas dificuldades entre estes Imperadores para manter um bom governo este foi-se deteriorando progressivamente, principalmente devido às constantes invasões bárbaras, como foi apresentado no episódio anterior. Apesar da última casta Visigótica ter-se cristianizado e fazerem questão em trazer a sua cultura à Lusitânia, nunca conseguiram grandes entendimentos entre os demais reis, excessivas mudanças de reinados, estes serão povos que extingar-se-ão.

Estamos em plena idade média do ano 711 d.C, o Império Bizantino estivera por aqui aproximadamente numa curta duração só 100 anos e não conseguira reconquistar o território muito tempo. O reinado dos Visigodos cristianizados também chegara ao fim, o povo Godo depois de bastantes lutas internas tem o seu ponto final com o exército e a sua cavalaria a bater em retirada da Lusitânia pela "via cursus publicus" Ossónoba-Balsa-Baesuris até serem empurrados para junto do Guadiana onde lhes espera as embarcações para a travessia.

"Quando, a propósito da retirada da guarnição Bárbaro-Visigótica existe assim a certeza que estes são expulsos pelos conquistadores muçulmanos a Nascente que aqui acabam de chegar a terras de al'Andaluz na Bética e também em incursões vindas de Poente da Lusitânia pela via romana que parte de Ossónoba até ao rio Guadiana, pelos vistos o Cristianismo ainda não havia triunfado."

BIBLIOGRAFIA
© J. Fernandes Mascarenhas, 1950/1967




Causa-efeito ao nascimento de um "sítio ou lugar".


No entanto o povo Árabe ainda está para chegar, na época islâmica já este sítio de (São Brás) terá o seu topónimo localizado no mapa, é indiscutível a antiguidade deste "sítio ou lugar", cujas origens iniciais começam por estar ligadas à passagem do cavalo para Norte com destino ao latino "Portellu" – (Portela doravante). Porta de acesso à (serra de Mú) e partida para pax-Julia, berço da construção do percurso e via romana após ultrapassada esta "porta da Serra" que serpenteava entre o correr das águas aqui circundantes.

Mas para compreendermos melhor a causa-efeito ao aparecimento deste sítio ou lugar deixado como Herança do período Bizantino teremos de recuar um pouco no tempo. Sugerimos assim ao leitor uma viagem no tempo primeiramente ao período Romano, de modo a termos pontos de referência do seu surgimento, pelo menos uns 300 anos na passagem do alto-Imperial para o baixo-Imperial Romano, sem dar muita ênfase pois esse período já foi narrado.

Recuamos assim para 400 d.C, a crise do século III dá origem ao termo baixo-Imperial, formam-se focos páleo-cristãos em numerosas "Villae-rusticas" a extinção das linhagens e o nascimento de pequenos sítios ao longo do percurso estabelecido pelas vias romanas, como o caso da *"Iglesiae Sanctu Romanu" em S. Romão, exemplo também o sítio da Corte, que já se tratava de um casal agrícola – unidade de produção de tipo familiar, de pequenas dimensões e não sendo excepção a primitiva "Portellu" - Portela, como um núcleo importante de passagem e uma "Mutatio", constituída seguramente aí também uma futura **"ecclaesiae" de cultos locais e disciplinas eremíticas. Portela em (terras de Portel) a localidade original e principal itinerário de coleta fiscal neste local, aproveitando-se da densa floresta até então aí existente acompanhada pela via calcetada "Calciâta" que por aí passa leva os Romanos a criarem a devida proteção militar na tentativa de defesa à dominação Bizantina e logo a seguir à Visigoda, ao ter o rico planalto a seus pés.

Na antiguidade neste planalto mais abaixo, localizava-se também uma importante e primitiva "Mancipe", esta construída durante o período Romano, situada entre a zona de transição da serra formando cerros e vales ramificados onde nascem as linhas de água, poderá ter sido a origem ao próprio fornecimento de água potável a Ossónoba, através de um ramal de aqueduto com início aqui do desenvolvimento de "Hortas e Moinhos". Os Romanos até então aqui presentes iniciam a construção e a utilização de moinhos hidráulicos que acompanhavam o vale da ribeira e continuarão a ser utilizados e aperfeiçoados pela comunidade árabe mais tarde e que teremos de congelar no tempo.


Repercussões do LEGADO ROMANO


Os Romanos iniciam assim as construções, começam por implementar um ritmo nas trocas comerciais, trouxeram o arado de madeira, as forjas, os lagares, os aquedutos, as estradas e passo a passo os séculos passam. Difundem a sedentarização que constituiu o fundamento do mundo rural com o desenvolvimento da agricultura de ontem e de hoje até ao século VI do ano de 550 d.C. O LEGADO ROMANO permitiu a uma mais densa malha de lugares e sítios pré-Romanos "Oppidum" e "Villae" neste Concelho, possivelmente iniciando assim a já descrita "Mancipe" neste específico local.

Se devemos ao período Romano a inauguração de uma "Calciâta" atual Calçadinha, o que poderá ter sido um sítio de passagem de carácter rural a este planalto, junto dos seus cursos de água, Roma nunca procurou impor aqui uma forma de vida religiosa. No entanto só com a chegada dos "novos tempos" após a entrada do Império da Nova Roma o culto imperial começado por Augusto será aproveitado neste lugar, manter o culto e destino do Homem já em plena época Bizantina, foi-se progressivamente organizado por todo o Império e na própria Lusitânia.

WEBGRAFIA
Referências: Ruiz García, Elisa

Catálogo de la sección de códices de la Real Academia de la Historia. Madrid: Real Academia de la Historia, 1997






Nova Roma Bizantina


Da transição do Império Romano do século V para o Império Romano Oriental este ganha um novo fulgor tendo o nome de Bizantino, assim que o imperador "Constantinus" funda a nova cidade de Constantinopla, na região da colónia grega de Bizâncio. A posição estratégica entre a Europa e a Ásia converte Constantinopla, a partir do século V, no único centro político e administrativo do império. Durante a época de "Justinianus I" realizou-se a maior compilação do direito romano, conhecida como "Corpus iuris civilis", que ajudado por seus generais "Belisarius" e "Narses", começam por conquistar aos Vândalos o norte da África. Graças aos intensos contactos mantidos com o norte de África o cristianismo chega bastante cedo às costas da Lusitânia onde aqui já predominaria, no entanto é de referir seguramente que durante a curta ocupação Bizantina esse facto de cristianização constitui um importante veículo para o transporte destes diferentes cultos até ao cume do mundo rural, mineiro e onde se encontravam localizadas vias de controlo militar que também serão mantidas com as dinásticas Visigóticas.

Logo Justiniano I aborda uma possível conquista de toda a península Ibérica, para o que envia reforços às suas bases no litoral da Hispânia, desembarcando um notável contingente armado em Cartagena. Devido a esta falta de evidência histórica, cada autor oferece ainda a sua própria interpretação da extensão da zona ocupada pelos Bizantinos, no entanto considera-se que a faixa costeira ocupada era compreendida entre o norte de "Cartagena", podemos perfeitamente afirmar que entre 554 d.C e 630 d.C controlaram todo o interior que inclui Córdova e Sevilha, enquanto que para toda a área costeira a sul de Alicante que estende-se até ao atual Portimão e interior serrano do (Algarve).

"Estamos em pleno século VI, dada a importância de Bizâncio de "Constatinus" na origem e transformação desta província Ossonobense, por esse motivo, até haver um acerto entre as próprias monarquias bárbaras entra aqui a Era de Justiniano I, este através do Império Bizantino se firmou e teve seu apogeu. Imperador da "Nova Roma" empreende uma campanha para conquistar territórios antes sob domínio do Império Romano do Ocidente. Após a recuperação das províncias do antigo Império Romano em África, foi assinado um pacto entre o nobre visigodo Atanagildo e o próprio Justiniano I, pelo qual solicitava ajuda militar para combater o seu rival rei visigodo Ágila I. Não está claro em que consistiu o pacto, embora fosse possível que se acordasse a cessão de territórios costeiros, de alto interesse político-económico para o Império Bizantino, nesse mesmo ano as tropas bizantinas desembarcaram em Gades (atual Cádis) e em Cartago Nova (atual Cartagena) ocupando outras importantes cidades costeiras e continuando o seu avanço para o interior para reconquistar a Hispânia e a Lusitânia Visigótica, que era uma cabeça-de-ponte importante para o plano do imperador Bizantino ao desembarcar nos portos de Ossónoba."

Como a maioria dos povos que aqui penetraram vindos pelo mediterrâneo, o Império Bizantino também o fez, ao desembarcar nos portos Ossonobenses iniciam assim um percurso Sul-Norte, a partir do litoral. Começaram por reestruturar as várias estações viárias realizadas aqui pelos Romanos, que são atribuídas para paragens de descanso e muda, trocas de bens ou cavalaria durante as longas viagens. Seguem para a posição no sopé da serra, na interface das regiões naturais de acesso direto a um conjunto de recursos complementares, a manutenção permanente da (via) e em alojamentos primitivos e diminutos núcleos rurais Romanos. Já predominam no século VI junto da estrada de Ossónoba os principais núcleos serão eles o Vale de Joio ou o Vale do Almargem.

Durante esse período a capital da região estava localizada em Cartagena, mas Ossónoba continuou a ser uma cidade importante, sabendo-se que até 629 d.C "Cesário" era o representante de Bizâncio na província, certamente que ele próprio fazia uso da Villae de Milreu, estamos a meio caminho para Norte. Podemos mesmo afirmar que o percurso, (via) fundada e construída pelos Romanos também fora utilizado pelo povo que agora acaba por aqui chegar, neste novos tempos. Exemplo explícito disso, podemos referir também aí a ampliação da Villae fundada pelos Romanos que os Bizantinos encontraram, "Milreu". Bizâncio cultiva a formação progressiva do núcleo familiar, novos proprietários nobres deslocam a residencial das elites urbanas para o campo onde predominava já os banhos romanos que serão adaptados aos luxos e há exigência destes novos proprietários. Aproveitando todo o trajeto rural que se estendia "além-Ossonuba" e a formação de focos páleo-cristãos de verdadeiras aldeias isoladas dos meios urbanos ou a adaptação dos já existentes cultos locais associados á sobrevivência económica do lugar.

Ficaram alguns vestígios importantes como um baptistério Cristão da época na área do templo, já de origem Bizantina e como complemento nasce (Estoi), em causa como próprio nome indica. Deriva do grego "Stoa", que significa (pórtico ou colunata coberta) e deve-se a estes últimos ao formar aí locais de estudo ao Grego. De referir que era debaixo dos "Stoa" que outros grandes filósofos gregos davam aulas aos seus discípulos, como indicam alguns documentos medievais que apresentam o topónimo (Estoi) escrito "Stoy", são, porém todos eles do Período Bizantino que faz parte de Ossónoba e não ela própria.

Se neste Ocidente do Império era nitidamente mais rural e a utilização do Latim predominava, no Oriente já o Império assumiu sempre uma face mais urbana, próspera e mercantil onde o Grego predominava, (ainda que o Latim fosse a língua do Estado), historicamente, havia sempre estado sobre a esfera de influência cultural grega (expandida por todo aquele território antes sequer do nascer do Império Romano há largos séculos.

Stoy, em grego (ensinamento, escola) local onde se davam os ensinamentos dos antigos filósofos gregos.



1.ª Pedra de São Brás de Alportel


Assim como os Romanos o fizeram, possivelmente os Bizantinos seguiram o itinerário de Milreu para Norte e num instante chegariam ao sítio de Portela, chegámos assim ao culminar da origem de (São Brás). É precisamente nesta falésia onde estes antigos caminhos Romanos se cruzam, Ossónoba-Ameixial via Loulé e Ossónoba-Alportel (pax-Julia) unindo estes dois pontos geográficos num local onde estava localizada uma fonte natural ao fazer uma curva para contornar o planalto. Surge precisamente neste cruzamento a 1.ª pedra basilar que forma aqui "Vici" dentro de um limite de perímetros municipais Ossonobense com todos os outros povoados rurais que começaram por existir. Os cidadãos podiam residir em propriedades agrícolas mas não possuíam ainda direitos municipais plenos, neste cruzamento começa-se a aglomerar o aparecimento de meia dúzia de humildes habitações junto de uma fonte natural de culto.

Neste período a hierarquia cristã do Sul era já um elemento predominante da aristocracia latifundiária, uma consequência importante da vitória do episcopado que difunde o alargamento e poder civil a partir do fundo agrário. O Olival e a vinha e outras produções capazes de abastecer mais cidadãos rapidamente se implantaram cooperando com pequenos altares aos espíritos dos caminhos ou divindades. Inicialmente construídos pelos Romanos estes vieram a ser transformados em estruturas arquitectónicas como fontanários, estes importantes associados geralmente ao lugar das divindades aquáticas. Já se tinha compreendido perfeitamente a importância deste itinerário na exploração do minério e o fluxo comercial que doravante se começa a formar neste lugar. O pouco estudo destas construções permite lentamente certificar, que por aqui começou por estar instalada alvo de várias intervenções habitacionais, uma pequena exploração agrícola, produtora de vinho e azeite, que certamente se destinavam à exportação para as "Civitas".

Nesta altura este pequeno "sítio ou lugar" não passava de um mero cruzamento, local de passagem e junto a ele a disponibilidade de água que aqui não era assegurada por uma barragem, como na maior parte das "Villae" romanas, mas sim onde se localizava uma das fontes naturais. Riquíssima água existente que era canalizada graviticamente para esse local a que a população aderia com frequência para dar de beber à montada que por aqui circulava ou na bênção do gado, junto do caminho de acesso ao Norte onde animais abençoados bebem e pernoitam junto das pessoas com as suas pequenas habitações improvisadas. Dado adquirido na fixação dos populares à "fonte santa", posteriormente os Bizantinos decidem manter este lugar e transforma-lo num pequeno fontanário tipicamente Romano ao adorna-lo com um santo Arménio associado a nascentes de águas santas de propriedades curativas, tendo a dedicação de velas acesas um papel destacado no seu ritual. "Trazem na bagagem o santo que dará origem à nossa terra".





ORIGEM - Não vamos narrar as lendas como já alguns as conhecem!... mas estabelecermo-nos nos factos do culto transportados de locais Orientais gregos aqui para o espaço de tempo em que:

"Contam os mais antigos que em tempos remotos, a água brotavam de um rochedo onde ficava localizado um lugar de adoração ao santo protetor dos viajantes numa das nascentes de uma das "Mutatio" da via "Calciâta".

Dizem que uma fonte idêntica perto da antiga «Fonte Santa» e que se localizará alguns metros acima da (Fonte Nova) e do (lavadouro municipal), apareceria o mesmo santo que isto que muitos séculos mais tarde, em meados de 1690 partiria de vez ao deixar de aparecer".



Durante esta altura o núcleo de proximidade à fonte da nascente foi determinante na dilatação da comunidade, durante o florescimento deste lugar e os elementos decorativos e artísticos deixam de fazer qualquer sentido para os camponeses que inevitavelmente reorganizam o habitat segundo módulos estritamente utilitários, sem grandes contemplações em que só mantém os locais de culto dos residentes. Num local propício havia sido criado um parapeito junto há fonte do rochedo que será doravante a estadia associado ao nome "Blasivs"-(Blasius) em método de adoração ao santo padroeiro deste novo sítio.

Será este o ponto e o factor predominante há origem do sítio deixado aqui pela Herança Bizantina que vêm com a designação de criar o domínio episcopal em sítios de povoamentos rurais junto de caminhos e lugares de trânsito pecuário e que será outrora mantido pelos seguintes descendentes. Obviamente que a densidade começou a assinalar-se progressivamente mas sempre com pequeno número de habitantes que não lhe permitirá atribuir a designação de aldeia (a não ser) brevemente quanto à chegada do povo árabe.

Como vemos o santo Blasius e (São Brás) são a mesma pessoa em terras de Portela (Alportel).

Blasius, topónimo de nome bizantino de um (santo arménio) do século IV 316 d.C, cujo culto se associa a nascentes ou fontes, de propriedades curativas, junto a caminhos e lugares de trânsito pecuário. Aquáticos e luminosos (as velas substituíram as lucernas como instrumento de culto católico por imposição da hierarquia eclesiástica). Apesar do santo ser de origem greco-romana, este manteve-se no círculo do cristianismo, formando uma festa popular de bênção do gado durante os séculos VI-VII.

Associado às reformas do bispo de Toledo, perdurou ainda, durante o domínio Visigodo mas num período muito curto, com a designação de "Sanctu Blasivs".


"Baesunis", um general Bizâncio diz:


"Vamos para o ponto onde a via sobe para o sopé desta serra um pouco antes das (terras de Portela), no cruzamento calcetado pertencentes à recente necrópole local, encontramos recentes sepulturas de legionários Romanos que acompanham o trajeto viário e que foram abandonadas. Existe aqui um planalto inserido numa pequena falésia junto a um pequeno edifício duma estação de muda, propício à construção de habitações para os camponeses, no cruzamento desta via há a existência de uma fonte que os locais dizem ter uma água curativa, donde brota esta água pensamos estabelecer aqui um dos nossos santos para se possam dedicar ao culto católico e aquático da luminosidade e para que possam enriquecer os seus espíritos".


O Legado Cultural Bizantino ao mundo do ponto de vista religioso foi o berço da confissão ortodoxa cristã; o estilo arquitectónico Bizantino pesou não só no mundo europeu (com uma enorme influência em muitas das grandes obras do Renascimento Italiano. O chamado "Corpus JurisCivilis" foi provavelmente o maior legado de Justiniano I à civilização moderna, e, em particular, aos modernos estados continentais, que hoje possuem um Direito. Assim, ainda que as ambições de reconstrução de um Império Romano por parte de Justiniano se tenham visto goradas, a verdade é que o grande legado de Justiniano – o Direito Romano – sobreviveu até aos nossos dias, e o Império Bizantino – certamente também relembrado por muitos outros motivos – sobrevive assim, nos dias de hoje, dentro dos sistemas jurídicos de um grande número de países.


Retirada da "Nova Roma" do mundo Ocidental


Contudo apesar do rei Visigodo aliado ser assassinado, o restante exército Visigodo une-se e derrotam o exército Bizantino, impedindo que ligassem os dois corpos de exército. As tropas Bizantinas não eram numerosas, devido às guerras mantidas pelo Império Bizantino em outras regiões. Esta escassez de tropas fez com que os Bizantinos se fortificassem principalmente nas cidades que ocuparam, deixando o terreno aberto para os Visigodos, começando assim um período de esporádicas lutas, sem resultados para ambos os lados. O imperador Justiniano I faleceu em 565 d.C e o Rei Atanagildo, foram acossando com sucessivas campanhas o poder Bizantino, que se viu finalmente relegado às cidades do litoral e que incluí este espaço de San Blasius.

Supostamente em Portela, (porta da serra de ), já teria sido fundado algum pequeno templo religioso que manterá sempre uma estreita relação na rede viária de Ossónoba. No entanto este pequeno e novo sítio começa a ter uma especial atenção por parte da população como culto importante de geração em geração e progressivamente com o passar do tempo esta nova tradição ao santo Blasius tornará (terras de Portel) mais solitárias. Na estadia dos reinados dos Visigodos, este lugar começa por ser simplesmente quintas agrícolas isoladas ou há beira de estrada, mas continuará o cariz de adoração a "Blasivs" cristianizado. No litoral os Visigodos fundam a Igreja Matriz de "Sancta Maryia Ossonvba" e aqui nasce uma pequena comunidade formando aqui uma "Vici" dentro de um pequeno aglomerado de habitações.

Vicius de "Vici", sítio ou lugar, povoados ou aldeias quase insignificantes que não possuíam pleno direito municipal.



Domínio Tardio e fim da conquista Visigótica


No que diz respeito ainda ao Visigodo mas já sem vestígios, pensa-se que provavelmente nos finais do século VII ou princípios do VIII terá sido mandado erigir anexo ao lugar de culto ou "fonte santa", um pequeno e primitivo templo ou pequena ermida em homenagem ao santo e indicia já um caminho organizado na curvatura dos cruzamentos anexos à "Calçadinha" (via) a sul da atual Igreja Matriz (Hortas e Moinhos), mas pouco ou nada se sabe desse período.

O que é certo é que após o abandono das dinásticas Visigóticas devemos a constituição das primeiras paróquias em vários locais do Algarve, algumas das quais se mantiveram até hoje neste território. Foi algo importante entre 630 a 711d.C. Na sequência deste movimento dá-se a organização de culto marianos dos mártires ao eliminar variações localistas ao criar propriamente lugares de culto de toponímia pré-Islâmica já com algumas divisões administrativas.

As zonas limítrofes começaram assim por ser sítios dispersos, posteriormente já em conquista árabe a ermida será convertida em mesquita que dará então o nome ao sítio deste planalto, logo com o mesmo nome evoluirá a uma futura "al'gariya" (aldeia). Principalmente da descrição que temos a partir de textos de poetas e escribas árabes que já por aqui terão nascido acerca da fonte original e referida mesquita, como iremos narrar no próximo episódio. Se ao período Bizantino deve-se a causa-efeito ao aparecimento de (São Brás), já a sua consequência e desenvolvimento da aldeia deve-se ao período Pré-Islâmico árabe a partir de 711 d.C. Será com a conquista Árabe que com o tempo os templos privados e familiares serão transformados em pequenas mesquitas Islâmicas em sítios de necrópoles pré-existentes e é nesta fase que surge o nosso sítio e que se desenvolverá a partir daí, até atingir a designação de (povoado).





Texto adaptado e publicado por mediaKRIATIVE



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  • Reinados dos Visigodos




    Origem dos primeiros caminhos de passagem a cavalo para Norte




    "Villae-rusticas" do século III

    Portela - Porta da serra de

    Via de acesso a (terras de Portel)

    Reconstituição de uma estalagem ou "Mancipe"
    incluíndo uma "Mutatio" estação de muda




    Stock de Ouro de Bizâncio



    Cenas da vida pastorial e agrícola
    ilustrado num manuscrito em
    Época Bizantina - séc. VII

    Nova Roma em portos Ossonobenses

    Trajes Bizantinos

    "Milreu"


    Itinerário "Milreu-Portela"

    Retratos em monsaicos da vida quotidiana

    A arte Bizantina nos monsaicos
    O apiscopado difunde "Christus"


    Representação provavél da "fonte santa"


    BLASIUS - século VI d.C

    "Corpus JurisCivilis"

    Reinado dos Visigodos Cristianizados
    Do ano 630 a 711 d.C

    Os Visigodos fundam
    "Sancta Marya Ossonuba"

    Manuscritos em Alemão
    Império Bizantino Ortodoxo
    Ritos aprovados pelos concílios da Igreja

    Os fatos da vida do bispo dos primeiros tempos do cristianismo, nos quais encontrará a origem da poderosa intercessão de (São Brás).

    O bispo Brás é venerado no Oriente e Ocidente com a mesma intensidade ao logo de séculos, e até hoje, mães aflitas recorrem à sua intercessão quando um filho se engasga ou apresenta problemas de garganta. A bênção de São Brás, procurada principalmente por quem tem problemas nesta parte do corpo, onde é ministrada nesta data em muitas igrejas do mundo cristão.

    O corpo do santo mártir ficou guardado na sua catedral de "Sebaste da Armênia",
    uma parte de suas relíquias foram embarcadas por alguns cristãos que seguiam para Roma,
    trazido aqui pelo Império Bizantino Ortodoxo
    que propôs a aceitação dos ritos aprovados pelos concílios da igreja.


    (Alemão) - Blasius (Blasios) war Bischof von Sebaste um † 316 in Sebaste Armenien

    (Inglês) - Eucharistic Prayer D with
    Byzantine Notation)